Projeto Speculum Brasilis do Maestro Jorge Antunes

MÚSICA ELETROACÚSTICA
com
- Chorinho
- Bumba-meu-boi
- Viola caipira
- Canção folclórica
- Embolada

No CCBB de Brasília e do Rio
em Outubro e Novembro de 2005. Veja informações detalhadas abaixo.

Speculum Brasilis

O maestro Jorge Antunes promove, em série musical, a fusão de estilos entre a música
eletroacústica e gêneros tradicionais da música brasileira

Investigação. Esta é a palavra que paira sobre o projeto Speculum Brasilis, uma idéia criada pelo maestro Jorge Antunes para especular as possibilidades de fusão do erudito com o popular. E foi partindo desta idéia que nasceu uma série musical que vai juntar a música de pesquisa criada pelo maestro ao que há de mais autenticamente de raiz na música brasileira. Speculum Brasilis promete promover a fusão da música eletroacústica desenvolvida por Antunes com a viola caipira, o choro, a canção folclórica, o bumba-meu-boi e a embolada. Para isso, ocuparão o palco do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília e no Rio de Janeiro, artistas de renome, dividindo espaço com o sintetizador e o computador do maestro. Jorge Antunes convidou para o programa o bandolinista Hamilton de Holanda e o violeiro Roberto Corrêa, músicos hoje consagrados que foram alunos de Antunes na Universidade de Brasília. Além desses, o maestro convidou membros do Madrigal de Brasília e o grupo do Boi do Seu Teodoro. Juntos, eles vão romper todas as fronteiras entre estilos e gêneros. A série se desenvolverá durante todas as terças-feiras do mês de outubro, em Brasília, e de novembro, no Rio de Janeiro, sempre em dois horários ? às 13h00, com entrada franca, e às 18h30, com ingressos a R$ 15,00 e R$ 7,50. A realização é do CCBB.


Jorge Antunes é um dos maiores nomes da música eletroacústica no mundo, considerado pela crítica internacional como líder da vanguarda musical brasileira. Em seu currículo estão vários prêmios nacionais e internacionais - entre eles, a conquista, por duas vezes, do Prêmio de Recomendação da Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO. Inquieto, criativo, Antunes sempre procurou estar próximo de movimentos populares, desenvolvendo também um trabalho com forte carga política - um exemplo é
sua famosa Sinfonia das Diretas (Sinfonia das Buzinas). Agora, com Speculum Brasilis, o maestro quer ir além: provar que é possível o cruzamento entre erudito e popular, sob os auspícios da alta tecnologia, popularizar e humanizar a música eletroacústica.
Durante toda a série, Jorge Antunes estará acompanhado do GeMUnB, o Grupo de Experimentação Musical da UnB, formado por Mariuga Lisboa Antunes (piano), Ludmila Vinecka (viola), Guerra Vicente (violoncelo) Marcus e Jorge Lisbôa Antunes (violinos) e Felix Alonso Morales (clarineta), criado pelo maestro nos idos de 1973. Cada um dos instrumentos estará ligado à parafernália eletroacústica de Antunes. Assim, o som será reproduzido depois de processamento ao vivo. Caberá sempre ao GeMUnB
dar início aos concertos, interpretando peças criadas por Jorge Antunes, de acordo com o tema proposto. E só depois desta apresentação é que o convidado do dia será chamado a se integrar ao som. Também no bandolim de Hamilton de Holanda, na viola de Roberto Corrêa ou nos pandeiros e tambores do Bumba-meu-boi estarão cabos ligados a um computador e o som de todos os instrumentos será eletronizado.
Speculum Brasilis (cuja tradução poderia ser "o espelho que reflete as vanguardas musicais brasileiras") vai integrar os instrumentistas a equipamentos eletrônicos. Será a fusão de estilos, indo do experimental de hoje ao tradicional, sempre a partir de composições do próprio maestro Jorge Antunes. Além dos sons gerados em tempo real, oito microcâmeras estrategicamente fixadas (para oferecer, por exemplo, detalhes
da execução dos instrumentos) projetarão em telões imagens cortadas e editadas também em tempo real. O espectador, portanto, presenciará sempre um espetáculo único e irrepetível. Haverá ainda uma fusão tecnológica. Para eletronizar o som, Jorge Antunes fará uso de dois equipamentos separados por décadas. Em primeiro lugar, estará o sintetizador analógico Synthi A, criado em finais da década de 60 e início dos anos 70 ? atualmente, um equipamento que já é peça de museu. Por outro lado, o maestro também fará a manipulação de um Powerbook G4, com o programa GRM-Tools,
de última geração, que é considerado tecnologia de ponta no universo da música eletrônica.

Sobre Jorge Antunes

Jorge Antunes é considerado o precursor da música eletrônica no Brasil. É autor de mais de 200 composições, escritas para as mais diversas formações: orquestra, óperas, coro, solistas, música de câmara e música eletroacústica. O maestro é membro eleito vitalício da Academia Brasileira de Música
(ocupante da Cadeira nº22), e presidente da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Tem composto muitas novas obras sob encomenda de Rádios e Festivais do mundo inteiro. Participou recentemente, com grande sucesso, de importantes concertos e festivais na Espanha, França, Romênia e Cuba.
Em 2005, o cineasta Carlos Del Pino realizou o filme intitulado Maestro Jorge Antunes, Polêmica e Modernidade. Esse documentário de 50 minutos foi premiado no programa DocTV do Ministério da Cultura e será estreado em novembro deste ano, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde o compositor biografado será homenageado. No dia 15 de agosto de 2005, Jorge Antunes viaja para a França, onde será homenageado, durante o Festival Futura da cidade de Crest.. Várias de suas obras eletroacústicas estão programadas para o Festival e, no dia 20 de agosto, será realizado um concerto
intitulado Concert-Portrait Jorge Antunes, um espetáculo monográfico apresentando 9 peças de Antunes. Jorge Antunes nasceu no Rio de Janeiro em 1942, começou os estudos musicais em 1958 e em 1960 ingressou na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Em 1964, começou o curso de composição e regência na mesma escola, estudando com Henrique Morelembaum, José Siqueira
e Eleazar de Carvalho. Simultaneamente, seguiu o curso de composição de Guerra Peixe. Já em 1961, começou a se interessar pela música eletrônica, ao mesmo tempo em que ingressava no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Depois de construir vários geradores, filtros, moduladores e outros equipamentos eletrônicos, Antunes fundou o Estúdio de Pesquisas Cromo-Musicais, destacando-se desde entãocomo precursor da música eletrônica no Brasil. A partir de 1966, começa a se destacar como um dos nomes mais representativos da vanguarda musical brasileira, participando de vários festivais nacionais e internacionais. Antunes realizou importantes pesquisas relacionadas ao som e aos demais sentidos, em universidades brasileiras, européias e asiáticas (o maestro desenvolveu pesquisas em cidades como Berlin,
Baden-Baden, Freiburg, Amsterdam, Tel Aviv, Jerusalém e Paris). Em junho de 1973, Antunes foi convidado pela Universidade de Brasília para dirigir o Curso de Composição Musical no Departamento de Música, onde ele é atualmente Professor Titular. Na UnB, reorganizou seu antigo estúdio de Música Eletrônica, e fundou o GeMUnB (Grupo de Experimentação Musical), um conjunto de oito músicos especializado em música contemporânea e em live-electronics que fez uma turnê de concertos na Europa
em 1975. Em 1994, Antunes foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Música, teve participação especial no Festival de Música Eletroacústica de Bourges, na França, e recebeu o Prêmio de Música Criativa do Festival de Londrina, na Paraná. Neste mesmoano, organizou e coordenou o I Encontro de Música Eletroacústica, em Brasília, em que foi fundada a Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Antunes
foi eleito presidente da S.B.M.E. tendo, em 1997, sido reeleito presidente por mais um período. Em 2002, o maestro comemorou 60 anos de vida e recebeu homenagens em várias partes do mundo. Em 2003, a editora Sistrum publicou uma biografia de Jorge Antunes escrita por Gerson Valle, intitulada: Jorge Antunes, uma trajetória de arte e política. No mesmo ano alguns CDs monográficos, com obras de Antunes, foram publicados pela Academia Brasileira de Música, pela gravadora Mode Records de Nova
York, pela Editora da UnB e pelas Edições Paulinas-Comep de São Paulo.

Sobre os convidados

Hamiton de Holanda - Um dos maiores instrumentistas de todos os tempos. Esta é a afirmação unânime da crítica brasileira e estrangeira quando se refere ao bandolinista Hamilton de Holanda. Nascido no Rio de Janeiro e radicado desde bebê em Brasília, Hamilton começou a tocar bandolim (que ele ganhou do avô) aos cinco anos de idade. Com seis anos, já fundava com o irmão, o violinista de sete cordas Fernando César (então com 11 anos) a dupla Dois de Ouro, com a qual se apresentou em vários teatros e programas de televisão da capital ? chegando a aparecer no Fantástico, da TV Globo. Sempre era elogiado pela precocidades e pelo talento. Em 1995, conseguiu classificar três composições para a final do II Festival do Choro do Rio de Janeiro, ganhando o prêmio de melhor intérprete. A música que conquistou o segundo lugar no festival, Destroçando a macaxeira, deu título ao primeiro CD do Dois de Ouro, lançado em 1997 e com excelente repercussão de crítica e público. Dessa época até hoje, tem dividido o palco com os maiores instrumentistas brasileiros ? como o mestre Hermeto Pascoal (para quem Hamilton é "o melhor bandolinista do mundo"). Um dos fundadores da
Escola de Choro Raphael Rabello, a primeira do gênero no Brasil, Hamilton de Holanda vem se apresentando em diversos eventos e festivais de grande importância para o cenário musical mundial ? como Fête de la Musique (Paris), Jazz Fest Wien (Viena), Brazilian Music Festival, em Istambul. Fez um espetáculo histórico no ano de 2000, na 15º edição do Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro e em São Paulo. No mesmo ano teve participação no Arts Alive International Festival, em Joanesburgo , África do Sul. Em 2002, depois de tocar em dois importantes festivais da Córsega, França, foi apontado pela crítica como "o melhor bandolinista do mundo", prova de que Hermeto sempre teve razão. Tem já oito discos lançados.

Boi do Teodoro - Também conhecido como o Bumba-meu-boi de Sobradinho, foi criado por Teodoro Freire, maranhense que mudou-se para Brasília e coordenou a primeira apresentação no Distrito Federal em 1961. A partir de então, o grupo cresceu junto com a cidade. Teodoro Freire criou, em 1963, o Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, que difunde festas e danças do folclore nordestino, e se tornou conhecido no Distrito Federal com o tradicional Bumba-meu-boi. Espécie de auto que encena o
rapto, morte e ressurreição do boi, essa manifestação é ligada ao ciclo agrário e teve sua primeira apresentação na capital em junho de 1963. Até 1972, o centro chamava-se Sociedade Brasileira de Folclore.

Madrigal Seis - Os seis solistas do grupo são integrantes do Madrigal de Brasília, coro que surgiu em 1963, através da iniciativa do Maestro Levino Ferreira de Alcântara. Ao longo destes mais de 40 anos de trabalho, o grupo alcançou um nível técnico que o situa entre os melhores do Brasil. Seu repertório abrange a literatura musical de todos os períodos da música ocidental. Já lançou 6 CDs, sendo o penúltimo chamado Madrigal de Brasília canta Compositores da EMB. Participou de vários festivais de coros no Brasil e no exterior. Em 1994, ganhou a Medalha de Prata em Atenas-Grécia, assim como o 1o. lugar na categoria Coro Folclórico. Algumas das antigas obras corais de Antunes, que integram o repertório do Madrigal de Brasília e que, inclusive, estão incluídas no último CD do grupo, estarão sendo interpretadas pelo sexteto de cantores solistas no Speculum Brasilis.

Roberto Corrêa - Nascido em Campina Verde, MG, Roberto Corrêa é descendente de uma família de violeiros. Iniciou-se na música aos 8 anos através do violão, instrumento que abandonou anos mais tarde para dedicar-se exclusivamente à viola. Radicado em Brasília desde 1975, graduou-se em física e música pela UnB. Em mais de vinte anos de carreira, Roberto Corrêa apresentou a viola caipira e a viola de cocho nas diversas regiões brasileiras e em 28 países de todos os continentes. Lançou onze CDs, publicou
livros, LPs e vídeo, e participou de diversos projetos especiais.
Como compositor, Roberto Corrêa vem contribuindo para formação do repertório da viola, especialmente solista. Sua música, embora vinculada às tradições musicais interioranas, freqüentemente é associada à contemporaneidade e à erudição. Como intérprete, explora as potencialidades do instrumento com virtuosismo técnico. Corrêa desenvolveu técnicas próprias para a viola, sistematizou a técnica de violeiros
tradicionais e publicou o mais completo método para ensino e estudo da viola caipira.
Como pesquisador das tradições musicais do Brasil, realizou, além de trabalhos independentes, pesquisas com o apoio do CNPq, do INF/Funarte e do MinC. Publicou, entre outros trabalhos, o livro Viola Caipira (Viola Corrêa, 1983), o primeiro no Brasil sobre o instrumento; e o livro A Arte de Pontear Viola
(MinC/ Viola Corrêa, 2000), no qual apresenta seu método para o ensino e a aprendizagem da viola, e sua pesquisa sobre as tradições do instrumento no Brasil. Roberto Corrêa é professor pesquisador da Escola de Música de Brasília, onde passou a lecionar em 1985, tornando-se o primeiro professor de viola caipira em escola oficial. Compôs trilhas sonoras originais para a TV Globo e a TV Cultura e para espetáculos teatrais. Foi tema do documentário Roberto Corrêa ? A Tradição da Viola, da TV SESC/ SENAC, e teve sua trajetória, sua obra e suas atuações veiculadas em programas especiais da TV Cultura, do Canal Rural, da TV Câmara e da TV Senado.

 

Programação

CCBB / Brasília

04/10 Música Eletroacústica e Chorinho
Jorge Antunes, GeMUnB e Hamilton de Holanda

11/10 Música Eletroacústica e Bumba-meu-boi
Jorge Antunes, GeMUnB e Boi do Teodoro

18/10 Música Eletroacústica e Canção folclórica
Jorge Antunes, GeMUnB e Madrigal Seis

25/10 Música Eletroacústica e Viola caipira
Jorge Antunes, GeMUnB e Roberto Corrêa

CCBB / Rio de Janeiro

01/11 Música Eletroacústica e Chorinho
Jorge Antunes, GeMUnB e Hamilton de Holanda

08/11 Música Eletroacústica e Bumba-meu-boi
Jorge Antunes, GeMUnB e Boi do Teodoro

15/11 Música Eletroacústica e Canção folclórica
Jorge Antunes, GeMUnB e Madrigal Seis

22/11 Música Eletroacústica e Viola caipira
Jorge Antunes, GeMUnB e Roberto Corrêa

29/11 Música Eletroacústica e Embolada
Jorge Antunes, GeMUnB e Chico de Assis & João Santana

Speculum Brasilis

Brasília:
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil
Data: 04, 11, 18 e 25 de outubro de 2005
Horários: 13h e 18h30
Ingressos: às 13h00, entrada franca; às 18h30, R$ 15,00 e R$ 7,50
Informações: (61) 3310-7087

Rio de Janeiro:
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Data: 01, 08, 15, 22 e 29 de novembro de 2005
Horários: 13h e 18h30
Ingressos: às 13h00, entrada franca; às 18h30, .....
Informações: (21) 2610-8616

Assessoria de imprensa em Brasília:
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Gioconda Caputo: (61) 9212. 0235
Carmem Moretzsohn: (61) 9970. 3281
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Assessoria de imprensa no Rio de Janeiro:
Adriana Sanglard: (21) 2610-8616 / 8136-4523


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